quinta-feira, 21 de junho de 2007

'O Coringa é muito mais interessante que Batman'




Jerry Robinson, criador de Robin, Mulher-Gato, Pinguim e Coringa, visita o Brasil e diz que estão transformando o menino-prodígio em travesti


Aos 17 anos, o desenhista norte-americano Jerry Robinson foi o responsável pela criação do primeiro "assistente de herói" que se tornou tão famoso quanto o personagem principal: Robin, o menino-prodígio. Aos 78, Jerry, que visita o Brasil pela quarta vez, não gosta muito do rumo que

o garoto tomou.

Tampouco está feliz com o que fizeram com outros personagens desenvolvidos por ele para as HQs de Batman, como Mulher-Gato e Pinguim - a única exceção, talvez, seja em relação a seu filho predileto, o Coringa. "Mas todos estão muito próximos de se tornarem uma piada", diz, fazendo um trocadilho com a palavra "piada" em inglês (joke) e o nome original do Coringa (Joker), para logo a seguir explodir em risos ao dizer que endossa uma opinião que ouviu no Brasil: "Estão transformando Robin em um travesti."

Jerry Robinson está em São Paulo até o início de dezembro, para acompanhar o lançamento do documentário A Vida Após Batman, quarto episódio da série Profissão Cartunista, que será levado ao ar no dia 1º de dezembro de 2000 pela TV Senac de São Paulo. Atualmente, Jerry, é presidente da Cartoonist & Writers Syndicate, uma distribuidora internacional de cartuns que tem em seus quadros até mesmo alguns artistas brasileiros, como Ziraldo, Ique e os irmãos Paulo e Chico Caruso.

O pai de Robin diz que não lê mais muitos quadrinhos, mas recentemente ajudou a desenvolver uma nova personagem no Japão, batizada de Astra. A seguir, em entrevista exclusiva concedida por telefone do quarto onde se hospedou no Maksoud Plaza, Jerry Robinson fala sobre as origens de Robin, do Coringa e muito mais.

Antes, porém, um parêntese ao leitor desavisado: o Robin criado por Jerry chamava-se Dick Grayson e os editores e argumentistas da DC Comics o transformaram em um novo herói quando ele cresceu, chamado Night Wing (à esquerda, abaixo). Batman teve um segundo Robin, Jason Todd, que morreu nas mãos do Coringa, e atualmente está no terceiro, o pós-moderno Tim Drake (à esquerda, acima)...

Mundo HQ - O senhor criou Robin e hoje ele é Night Wing, um herói cabeludo de colante. Mulher-Gato era uma vilã sensual, mas hoje é quase uma heroína e parece um outdoor de implante de silicone. Como o senhor se sente quando vê estes personagens hoje?Na verdade eu procuro não vê-los mais. Acho que todos eles estão se tornando uma grande piada. Concordo com o que me disse alguém aqui no Brasil, que eles (os argumentistas e editores da DC Comics) estão fazendo de Robin um travesti (risos). Existe um novo público de quadrinhos e os novos escritores e editores querem deixar sua marca, fazer algo dramático, incrementar vendas.
Mas como o senhor se sente em relação a isso? Como eu disse, eles querem deixar sua marca. Agora, se é bom? Bem, isso eu deixo a cargo dos leitores.

Em 1954 o psicólogo Frederick Werthan lançou o livro A Sedução do Inocente, no qual afirmava que os quadrinhos eram responsáveis por crimes e "desvios sexuais", e dizia Batman e Robin eram um casal gay. O livro fez com que HQs fossem queimadas e gerou o código de censura nos quadrinhos americanos. O que o senhor, que criou Robin, achava das afirmações?O livro todo era muito estúpido e sem nenhuma base científica. Werthan foi apresentado como um renomado psicólogo ou psiquiatra, coisa que não era. Na verdade eles (o governo) estavam tentando achar alguma razão para aquilo e queriam culpar alguém ou alguma coisa. Os quadrinhos foram o bode expiatório.

A estréia do Coringa, no gibi Batman número 1, de 1940: o palhaço do crime
Um dos personagens mais fantásticos - até hoje - que o senhor já criou foi o Coringa. Como ele surgiu e como o senhor teve a idéia para o visual dele?

Queria um novo super-vilão. Naquela época todos eram gangsters e bandidos comuns. Eu já estava na faculdade e sabia por meio de várias leituras de mitologia que todo herói tem de ter um antagonista e eu queria que este vilão fosse memorável. Um personagem memorável, por sua vez, tem de ter contradições em sua persona. Então, como na época eu escrevia alguns textos cômicos, surgiu a i'deia de um vilão com senso de humor. O nome tinha de ser forte e Joker (piadista/Coringa) veio naturalmente e imediatamente eu associei este nome com a carta de baralho. O visual, então, foi basado na carta de baralho clássica do Coringa: cara branca, cabelos verdes, sorridente. Os autores que me sucederam criaram uma explicação para o rosto branco (nota da redação: o Coringa teria caído em um tanque de ácido em um ataque fracassado, o que gerou uma alteração de pele). Eu, no entanto, nunca teria explicado. Permaneceria um mistério.

O senhor gosta dele? O Coringa é muito mais interessante do que o Batman (risos). Mesmo porque um herói tem de ser sempre... um herói. Não dá para fugir muito daquilo. Já um Coringa...
Robin aparece pela primeira vez, no gibi Detective Comics número 38, de 1940: Menino- Prodígio

E quanto ao Robin? Aqui no Brasil um jornal afirmou que o senhor, que hoje é uma lenda das HQs, teria colocado este nome nele já naquela época para se auto-homenagear...(Risos) Não, eu não dei o nome por minha causa. Esta entrevista à qual você se refere foi feita por telefone de Nova York para o Brasil e provavelmente a pessoa entendeu errado minha resposta. Quando criei o Robin eu tinha 17 anos era muito jovem para ser uma lenda (risos). Seria muita presunção da minha parte naquela época dar meu nome ou parte dele a um personagem. Além disso, eu trabalhava com grandes artistas como Will Eisner, Bill Finger e Bob Kane, e eles eram mais velhos que eu, tinham seus 25 anos. Por isso eu queria sempre parecer mais velho, mentia a idade, e não colocaria meu nome em um personagem que era chamado de garoto-prodígio (boy wonder, em inglês). Robin ganhou seu nome por causa de Robin Hood. Isso porque eu era fã deste herói arqueiro quando jovem e inspirei as roupas do personagem em desenhos que o ilustrador M.C. Wyatt havia feito para o livro de Robin Hood que li na minha infância. Então a

história de eu ter dado meu nome é boa e engraçada, mas não é verdadeira.

O senhor lê ou faz quadrinhos atualmente?Não leio mais gibis, mas estou envolvido com cartuns. Sou presidente de uma distribuidora que representa inclusive artistas brasileiros como Ziraldo, Ique e Chico Paulo Caruso. Mas, recentemente, criei em co-autoria com a quadrinista Sidra Cohn uma super-heroína chamada Astra, que foi lançada no Japão. Ela veio de um planeta onde só restaram mulheres, em busca de um parceiro, mas os terrestres acabam explorando-a por terem interesses na tecnologia e conhecimentos que ela possui. É uma história que mostra do que realmente é feita a civilização da Terra. Por enquanto só é publicada no japão, mas estamos levando-a para os EUA e me agradaria muito ver a personagem, que é baseada em um musical, no Brasil.
"Moore desconstrói a idéia de que boas histórias precisam ser baseadas em arquétipos mitológicos. A "realidade" é bem mais complexa. Batman não é apenas o modelo do herói, o Coringa não é somente o pícaro, a personalidade de Gordon é bem mais complexa que um mero guardião.Próximo ao desfecho, o autor brinda o leitor com um instante de aparente lucidez do Coringa. Por um breve momento, Batman tem contato com o jovem e pouco talentoso comediante que viria a ser o vilão. E se no início as tramas dos dois caminhavam em direções opostas, no final, quando o Palhaço do Crime exibe uma ponta de sanidade, a loucura de Batman aflora. Alan Moore faz uma genial analogia entre uma velha piada de loucos e o medo que o Coringa tem de tentar viver novamente e, mais uma vez, a vida o afrontar com a decepção. Na percepção do autor, depois da tragédia que levou sua sanidade, o personagem não suportaria uma segunda."



DADOS PESSOAIS

PRIMEIRA APARIÇÃO: BATMAN 1 1940

ALTURA: 1,93

OLHOS: VERDES

PESO: 87 kg

CABELOS: VERDES


HISTÓRICO:
O CORINGA CONTINUA SENDO O INIMIGO MAIS MORTAL DE BATMAN E CERTAMENTE O MAIS ENIGMÁTICO. A VERSÃO MAIS ACEITA DO INÍCIO DE SUA CARREIRA COLOCA-O COMO UM HOMEM QUE ERA CASADO E FELIZ, E QUE TINHA SEU TRABALHO DE ASSISTENTE DE LABORATÓRIO NA INDÚSTRIA QUÍMICA ACE, EM GOTHAM CITY. ESPERANDO TORNAR-SE COMEDIANTE, ELE DEIXOU SEU EMPREGO, MAS LOGO, PERCEBEU QUE AS PLATÉIAS NÃO O ACHAVAM ENGRAÇADO. SENTINDO-SE FRACASSADO E PRECISANDO SUSTENTAR SUA ESPOSA GRÁVIDA, ACABOU SE ENVOLVENDO COM CRIMINOSOS. DISFARSADO COM UM CAPUZ VERMELHO METÁLICO, O DESAFORTUNADO COMEDIANTE DEVERIA GUIÁ-LOS ATRAVÉS DA QUÍMICA ACE ATÉ A INDUSTRIA VIZINHA, UMA FABRICANTE DE CARTAS DE BARALHO,ONDE O ASSALTO SERIA COMETIDO.
ENTRETANDO, NO DIA COMBINADO, A TRAGÉDIA O ATINGIU: SUA ESPOSA FOI ELETROCUTADA NUM ACIDENTE DOMÉSTICO. DESANIMADO, O FUTURO CORINGA QUIS DESISTIR, MAS FOI PRESSIONADO A MANTER SUA PALAVRA. APESAR DE RELUTANTE, ELE LEVOU A GANGUE À QUÍMICA ACE NAQUELA NOITE. PORÉM, O CRIME FOI FRUSTADO PELOS GUARDAS DE SEGURANÇA E PELO BATMAN. AO TENTAR FUGIR, O EX-FUNCIONÁRIO CAIU NUM TANQUE DE LIXO QUÍMICO E, QUANDO REMOVEU O CAPACETE, DESCOBRIU QUE OS PRODUTOS QUÍMICOS, ALÉM DE DESBOTAR SUA PELE, DEIXANDO-A BRANCA, HAVIAM TORNADO SEUS CABELOS VERDES E OS LÁBIOS FORTEMENTE AVERMELHADOS, JOGADO ALÉM DO LIMITE DA SANIDADE, O CORINGA NASCIA AQUELA NOITE.
DENOMINANDO-SE O PRÍNCIPE PALHAÇO DO CRIME, ELE PASSOU A COMETER UMA SÉRIE DE CRIMES SEM LÓGICA APARENTE. AO LONGO DOS ANOS, SEUS COMPLICADOS PLANOS SEMPRE FORAM FRUSTRADOS PELO BATMAN. OS TRÊS CRIMES MAIS NEFANDOS QUE O CORINGA PERPRETOU ENVOLVERAM PESSOAS MUITO PRÓXIMAS AO CAVALEIRO DAS TREVAS: O COMISSÁRIO GORDON, BÁRBARA GORDON (FILHO ADOTIVA) E JASON TOOD. O VILÃO É O RESPONSAVEL POR BÁBARA ESTAR PARALÍTICA.A FIM DE ABALAR O ESPÍRITO E A MENTE DO COMISSÁRIO, O VILÃO INVADIU O APARTAMENTO DO POLICIAL VETERANO E DISPAROU NA JOVEM, DEIXANDO-A ALEIJADA PARA SEMPRE. LOGO EM SEGUIDA, O CORINGA COMETEU UM CRIME AINDA MAIS VIOLENTO. ELE ASSASSINOU JASON TOOD (O SEGUNDO ROBIN) DEPOIS DE ESPANCÁ-LO CRUELMENTE. FUGINDO DA IRA DO CAVALEIRO DAS TREVAS, O PALHAÇO DO CRIME DESAPARECEU NUM ACIDENTE DE HELICÓPTERO. MAS OS QUE ACREDITARAM QUE ELE TINHA MORRIDO SE ENGANARAM...NO FINAL DA TERRA DE NINGUÉM, O PALHAÇÃO AO LADO DE SUA AMANTE, ARLEQUINA, DESEJAVA ACABAR COM O "AMANHÃ" DA NOVA GOTHAM, COM ISSO ELE RAPTOU TODOS OS BEBÊS DA CIDADE E ESTAVA PRESTES A MATÁ-LOS, QUANDO A POLICIAL, MULHER DO COMISSÁRIO GORDON, SHARA ESSEN-GORDON, TENTOU IMPEDI-LO. NO FIM O CORINGA NÃO MATOU OS BEBÊS, MAS TIROU A VIDA DA ESPOSA DE GORDON.
NÃO PERCA A ORIGEM DO CORINGA E O FIM DA BATGIRL ORIGINAL EM BATMAN: A PIADA MORTAL E A MORTE DE ROBIN!!SÃO D+! PODERES E ARMAS:
A INCONCISTÊNCIA MANÍACA DO CORINGA É O QUE O TORNA VERDADEIRAMENTE AMEAÇADOR. ELE JÁ USOU VÁRIAS VEZES ARMAS SIMPLES COMO CHARUTOS EXPLOSIVOS E DISPOSITIVOS NA PALMA DA MÃO- TODOS COM EFEITOS LETAIS!!!!!!. O VILÃO TAMBÉM É CONHECIDO POR SUA ALTA CAPACIDADE DE IMPROVISAÇÃO, E SE VALE DE QUALQUER COISA, DE PÉS-DE-CABRA A METRALHADORAS, PARA DEIXAR UMA TRILHA DE CADÁVERES POR ONDE PASSA.
EMBORA NÃO TENHA APRENDIDO NENHUMA TÉCNICA DE COMBATE, O CORINGA POR VEZES JÁ DEMONSTROU POSSUIR A FORÇA ANORMAL DOS LOUCOS. A ARMA MAIS INFAME DO VILÃO É O GÁS DO RISO, COMPOSTO DE UMA TOXINA QUE, QUANDO INTRODUZIDA NA CORRENTE SANGÜINEA, MATA A VÍTIMA EM SEGUNDOS, DEIXANDO OS MÚSCULOS FACIAIS CONTRAÍDOS NUM HORRENDO SORRISO NÃO MUITO DIFERENTE DO SEU.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

A importância do antagonista dentro das Histórias em quadrinhos.

Por questões psicológicas, físicas, caráter, forma de agir, entre outros, os antagonistas se diferenciam dos protagonistas. Esse tipo de personagem, antagonista, é representado de diversas maneiras nas histórias em quadrinhos, e é criado pela necessidade de ter uma força contrária, que age contra o protagonista, o herói.

Nesse contexto de oposições formam-se conflitos, podendo em alguns dos casos ser intero, isso ocorre quando o protagonista é o próprio antagonista. Os conflitos existentes ajudam os roteiristas e ilustradores a mostrar de uma melhor forma os personagens, dando-lhes uma identidade, uma vida.

“O conflito é ingrediente essencial de qualquer trabalho dramático, seja no palco ou na tela. Sem conflito não teremos história capaz de prender o público. Uma história retrata a luta na qual a vontade consciente de alguém é empregada para atingir uma meta específica, uma meta difícil de ser alcançada e cuja consecução encontra resistência ativa” ( HOWARD; MABLEY, 2002, p.82.)

As histórias giram em torno do protagonista, mas em algumas vezes o antagonista surge como personagem principal, o que ocorre em Batman: A Piada Mortal, de Alan Moore, onde há ênfase na história do antagonista, o personagem Coringa.

Coringa é um dos antagonistas mais famosos das histórias em quadrinhos, tanto que os conflitos entre ele e o herói Batman foram para o cinema e sempre são conceituados como um dos mais interessantes. Parte desse mérito provém da construção desse antagonista, cheio de senso de humor e que sempre tem uma brincadeira fatal para atrapalhar os planos do seu arqui-rival.

Em algumas histórias o protagonista depara-se com um ambiente nada conveniente para seus planos de salvar o mundo, cidades e pessoas. Algumas vezes aparecem diversos antagonistas na história, justamente para complicar a situação do herói e isso ajuda o roteirista e o ilustrador trabalharem de formas diferentes, explorando outros aspectos visuais, de diagramação e contexto.

Segundo (apud Howard e Mabley, pág. 58) quando se está criando um antagonista, ele, o autor, se preocupa em dar os benefícios necessários de um vilão, para torná-lo mais atraente, formidável e persuasivo.

Vemos que criar um protagonista, é interessante para a história. Mas criar um antagonista, é fundamental para a complementação da história. Para ter duas forças opositoras se batendo de frente. Gerando ação, emoção, drama, suspense.

No quadrinho A Piada Mortal, vemos como um homem comum, pode se tornar um antagonista. Podemos ver o que o cotidiano difícil de alguns, pode levar a ter que tomar algumas medidas, que muda toda a história de sua vida. De um simples contador de piadas, ao vilão mais conhecido e “admirado”, por alguns leitores, por sua insanidade, irreverência e suas loucuras, o que retrata um bom vilão, e que acabou virando um ícone no meio dos antagonistas.

Segundo Howard e Mabley, os antagonistas são aqueles que, fazem a força opositora, e quem resiste ativamente aos esforços feitos pelo protagonista.

O que seria do protagonista se não fosse o antagonista? Simplesmente podemos ver que as histórias acabariam sem muita ação, as tramas não seriam as mesmas tramas. Por isso a importância e a necessidade de se criar um antagonista. Para que duas forças contrárias lutem, e dêem continuidade as histórias em quadrinhos.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

A historia do Coringa

Um dia ruim, pode fazer alguem se tornar LOUCO ???